sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A agricultura perigosa

Foto do local de estudo, no Brasil

A pesquisa de um grupo de cientistas internacional mostrou que a desflorestação pode ser ainda mais nefasta do que se pensava. Afinal o desmatamento leva a uma destruição da biodiversidade, muito mais global do que a simplesmente visível, levando à diminuição de biodiversidade das comunidades microbianas, muito importantes para a viabilidade do ecossistema. Estas comunidades têm um papel ímpar, uma vez que são responsáveis por importantes processos ambientais, tais como a reciclagem de nutrientes, a produção de água potável e a remoção de poluentes.

O grupo de investigação, que inclui professores da Universidade do Texas, da Universidade de Oregon, da Universidade de Massachusetts, Universidade de Michigan e da Universidade de São Paulo, fez o estudo numa área de 100 quilómetros quadrados, 38 dos quais na Fazenda Nova Vida em Rondónia no Brasil, um local onde a floresta foi convertida para uso agrícola. 

Este estudo acabou por revelar diferenças muito significativas, na comunidade microbiana, do solo de pasto e do solo de floresta. "A combinação entre a perda de espécies florestais e a homogeneização das comunidades, no solo de pastagens, mostram que este ecossistema é agora, muito menos capaz de lidar com o stress, tornando-se menos resistente", disse Nüsslein, um dos responsáveis pelo projeto. Além do referido, estas descobertas mostram que os micróbios são impactados pelas alterações climáticas, derivadas da ação do Homem.

Desflorestação da Amazónia
Este estudo foi realizado em plena Amazónia, a uma escala nunca antes tentada, por isso os cientistas esperam que seu trabalho venha a fornecer dados valiosos para as decisões sobre o futuro da floresta amazónica. Afinal esta é floresta representa metade da floresta tropical do mundo e alberga cerca de terço das espécie existentes no nosso planeta. 

Fica agora a dúvida: Será que a reimplantação de florestas ainda vai conseguir recuperar a diversidade microbiana? Ou já estarão estes organismos extintos naqueles locais?

Lília Cunha

Sem comentários:

Enviar um comentário